A criança e as brincadeiras

O lazer infantil é necessário para o desenvolvimento da criança e, portanto precisa ser acompanhado por pais e educadores. Esse lazer inclui as diversas atividades que ela realiza por opção ou prazer e que não lhe é cobrado nenhum resultado.

Como adultos, devemos apresentar opções, orientar e até participar das brincadeiras.Ao brincar a criança está experimentando o mundo, os movimentos e as reações, tendo assim elementos para desenvolver atividades mais elaboradas no futuro. Com o simbólico jogo da brincadeira, a criança irá entender o mundo ao seu redor, testar habilidades físicas (correr, pular), funções sociais ( ser o construtor, a enfermeira, a secretária), aprender as regras, colher os resultados positivos ou negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair) e registrar o que deve ou não repetir nas próximas oportunidades. A linguagem e a habilidade motora de uma criança também são desenvolvidas durante o brincar. Dependendo da faixa etária, brinquedos tradicionais, jogos de encaixes, de correspondências, bonecas(os), automóveis, velocípedes, bicicletas e novidades do mercado, na medida certa, são fontes de brincadeiras ricas em significados simbólicos (faz-de-conta). As brincadeiras corporais (envolvendo corrida, danças) e as atividades com artes (desenhos, pinturas, colagens) também são muito prazerosas e enriquecedoras para o desenvolvimento infantil.Segundo Rubem Alves: “Brinquedo é qualquer desafio que a gente aceita pelo simples prazer do desafio. São muitos os desafios. Alguns são desafios que têm a ver com a habilidade e a força física: salto com vara, encaçapar bola na sinuca, enfiar o pino do bilboquê no buraco da bola de madeira. Outros têm a ver com a nossa capacidade de resolver problemas lógicos, como o xadrez, a dama, a quina. Já os quebra-cabeças são desafios à nossa capacidade de reconhecer padrões.”Alguns recursos lúdicos necessitam ser bem orientados para não trazerem prejuízos à criança, no que se refere ao seu desenvolvimento cognitivo, social e psicológico, como por exemplo: a TV, o video game e o computador. O excesso de horas diante da telinha impede o contato com as pessoas, o diálogo, outras brincadeiras, prejudica a imaginação, o espírito crítico e condiciona horários prejudicando a criança em sua rotina e suas obrigações. Porém, tais recursos, fazem parte da paisagem lúdica e cultural da criança e funcionam como uma janela para o mundo. Por isso, não podem ser simplesmente proibidos ou cultuados. A melhor opção é o bom direcionamento desses recursos e o estabelecimento de regras e limites por parte dos adultos, já que as crianças ainda não possuem um discernimento correto com relação à melhor forma de administrar o seu tempo e as suas brincadeiras.