Ai, está doendo!

20 de dezembro de 2010 - 4:35 PM - Escrito por: admin

Jamais subestime as queixas do seu filho. Eles podem revelar algo mais sério do que um incômodo passageiro. E, se a criança ainda não fala, você precisa compreender as pistas de que ela está com dor.
Se há um consenso entre os pediatras é de que a dor infantil jamais deve ser negligenciada. Parece óbvio? Lembre-se d que muitas vezes as lamúrias infantis são confundidas com pura manha. Mais justo é dar à criança o benefício da dúvida e investigar. Os médicos também são unânimes em condenar o pedido de ajuda só em caso de emergência. Afinal, o choro persistente pode ser sinal de algo mais sério do que um simples mal-estar.

O assunto preocupa pais e especialistas desde sempre, mas nunca se deu tanta atenção a ele como agora. A importância de entender e tratar as dores da infância, sejam ela agudas ou crônicas, fez surgir uma comissão de pediatria na Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED). A idéia é justamente divulgar a importância desse sintoma, algo que, aliás, foi muito debatido no 7º Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor, realizado na capital paulista.

Um novo estudo sobre o tema, feito na Universidade de São Paulo, comprova que fatores psicológicos são gatilho da dor física. Os pesquisadores da USP avaliaram 32 crianças, entre 7 e 14 anos, que apresentaram dor de cabeça crônica por mais de uma ano. “De 25% a 30% desses pequenos voluntários sofriam de depressão, ansiedade ou apresentavam indicativos de má qualidade de vida”, conta um dos autores, o neurologista Sandro Espósito, da Faculdade de Medicina da PUC de Sorocaba, interior paulista.

Os pesquisadores tentaram tratar essas crianças com fluoxetina, princípio ativo de um célebre antidepressivo, mas a droga não surtiu o efeito esperado. Outra especialista em dor, Edna Bussoti, que trabalha como enfermeira nas unidades infantis do Hospital Samaritano, em São Paulo, diz que é preciso insistir na busca de alívio:”Seja de origem orgânica ou psicológica, a dor deve ser avaliada a tratada com a mesma seriedade”.

Se a criança já expressa com as palavras claras, encontrar uma saída no consultório fica mais fácil. O problema é traduzir o choro dos menores para concluir quando é caso de dor-depois de eliminadas outras possibilidades, como fome, frio, calor, sede, sono e fralda molhada. E mais: tentar descobrir onde dói. Há dores com sinais inequívocos, como a cólica, que faz o bebê contorcer as pernas se parar. Outras oferecem pistas bem mais sutis. “Uma expressão constante de tristeza ou cansaço já merece atenção”, ensina a pediatra Silvia Maria de Macedo, da Sociedade Brasileira para Estudos da Dor, em São Paulo. Com dor ou sem dor, o acompanhamento com o pediatra vale muito. Conhecendo bem a criança, o especialista ajuda um bocado nesse trabalho de tradução.

Chega de choro



O.k., você levou seu filho ao pediatra, ele identificou o motivo da dor e as providências já foram tomadas. Paralelamente ao tratamento, algumas medidas simples aceleram o alívio:



*Bolsa de água quente ou compressa de água morna no local afetado funcionam. Mas lembre-se de proteger a pele da criança com uma toalha.



*Se por trás de uma dor de cabeça, por exemplo, houver um problema respiratório, pingar soro fisiológico morno nas narinas ajuda, porque a medida contribuirá para desobstruí-las.



*Distraia a criança. Vale programas de tevê, uma brincadeira gostosa…O importante é tirar o foco da sua mente da dor.



*Massagem de banho morno é excelente para relaxar. E, relaxada, a criança se torna menos sensível aos sinais dolorosos do corpo.

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